15.12.10

As virtudes são pouco namoradeiras. 
Já os defeitos provocam a maior saudade.

[Carpinejar]

23.11.10

Aos 13 anos, com um par de seios e duas nádegas 
novinhas em folha, ela percebeu que seu corpo 
não cabia mais na moral dos pais.

[Millôr Fernandes]

20.11.10

A Festa


Já falei tantas vezes
Do verde nos teus olhos
Todos os sentimentos me tocam a alma
Alegria ou tristeza
Se espalhando no campo, no canto, no gesto
No sonho, na vida
Mas agora é o balanço
Essa dança nos toma
Esse som nos abraça, meu amor (você tem a mim)
O teu corpo moreno
Vai abrindo caminhos
Acelera meu peito,
Nem acredito no sonho que vejo
E seguimos dançando
Um balanço malandro
E tudo rodando
Parece que o mundo foi feito prá nós
Nesse som que nos toca
Me abraça, me aperta
Me prende em tuas pernas
Me prende, me força, me roda, me encanta
Me enfeita num beijo
Me abraça, me aperta
Me prende em tuas pernas
Me prende, me força, me roda, me encanta
Me enfeita num beijo
Pôr do sol e aurora
Norte, sul, leste, oeste
Lua, nuvens, estrelas
A banda toca
Parece magia
E é pura beleza
E essa música sente
E parece que a gente
Se enrola, corrente
E tão de repente você tem a mim
Me abraça, me aperta
Me prende em tuas pernas
Me prende, me força, me roda, me encanta
Me enfeita num beijo
Me abraça, me aperta
Me prende em tuas pernas
Me prende, me força, me roda, me encanta
Me enfeita num beijo
Já falei tantas vezes
Do verde nos teus olhos
Todos os sentimentos me tocam a alma
Alegria ou tristeza
Se espalhando no campo, no canto, no gesto
No sonho, na vida
Mas agora é o balanço
Essa dança nos toma
Você tem a mim

[A festa, Milton Nascimento]

19.11.10

De que são feitos os dias?
De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças

[Cecília Meireles]

15.11.10



Que sonho sonhei que sinto inda 
um gosto de beijo apressado?

[Mario Quintana]

30.10.10


Há sem dúvidas quem ame o infinito, quem deseje o impossível, quem não queira nada. Há três tipos de idealistas, e eu, nenhum deles. Porque amo infinitamente o finito, desejo impossivelmente o possível, quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, ou até se não puder

[Fernando Pessoa]

22.10.10


Não, não é fácil ser a gente mesmo da cabeça aos pés, 
da unha do dedo mindinho até o último fio de cabelo.

[Caio Fernando Abreu]

26.9.10

Sonho Meu


Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe, sonho meu
Vai mostrar esta saudade, sonho meu
Com a sua liberdade, sonho meu
No meu céu a estrela-guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolia
Sonho meu

Sinto o canto da noite na boca do vento
Fazer a dança das flores no meu pensamento
Traz a pureza de um samba
Sentido, marcado de mágoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
E o vento vadio embalando a flor


[Sonho Meu, Ivone Lara e Délcio Carvalho]

19.9.10


Esta vida está cheia de ocultos caminhos. 
Se o senhor souber, sabe; não sabendo, não me entenderá.

[Guimarães Rosa]

6.9.10


Venho tentando há algum tempo 
desenvolver um estilo de vida que não exija minha presença.

[Gary Trudeau]

30.8.10

Nós somos as escolhas que fizemos

[Meryl Streep]

12.8.10

O amor nunca devolve as amizades

[Carpinejar]

9.7.10

Santa Chuva

Vai chover de novo, deu na TV
Que o povo já se cansou de tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui que reze ajuda de Deus
Mas nada pode fazer
se a chuva quer é trazer você pra mim
Vem cá que ta me dando uma vontade de chorar
Não faz assim, não vá pra lá
Meu coração vai se entregar à tempestade
Quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu?
Me diz, foi só amor
ou medo de ficar sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem!
A chuva já passou por aqui,
eu mesma que cuidei de secar
Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha TV que eu vou de vez
Não há porque chorar por um amor que já morreu
Deixa pra lá, eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade

[Santa Chuva, Marcelo Camelo]

4.7.10

Duas gotas de suor


I
Há alguém no mundo, não sei onde,
ou antes sei, mas prefiro esquecê-lo,
que me despe só com um olhar
e me sonha vestida de princesa.
Alguém com quem não posso resistir
a arder debaixo d’água.
Alguém com quem se torna inevitável
suar dentro de um iglu.

II
Choro quando não estás, suo contigo.
O suor e as lágrimas são iguais,
tenazes e salgados,
como o mar dos meus sonhos e o oceano
abissal dos meus pesadelos.
Não quero pedir demais, mas gostaria
de suar um pouco mais e chorar menos.

[Duas gotas de suor, Amália Bautista]

3.7.10

Tudo sobre você

Queria descobrir
Em 24hs tudo que você adora
Tudo que te faz sorrir
E num fim de semana
Tudo que você mais ama
E no prazo de um mês
Tudo que você já fez
É tanta coisa que eu não sei
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você

E até saber de cor
No fim desse semestre
O que mais te apetece
O que te cai melhor
Enfim eu saberia
365 noites bastariam
Pra me explicar por que
Como isso foi acontecer
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você

Por que em tão pouco tempo
Faz tanto tempo que eu te queria

[Tudo sobre você, John Ulhoa e Zélia Duncan]

18.6.10

É o encontro com as outras pessoas 
que faz a vida valer a pena.

[Guy de Maupassant]

13.6.10


Era como se tivessem saltado o árduo calvario da vida conjugal, e tivessem ido sem rodeios ao grão do amor. Deixavam passar o tempo, para lá das armadilhas da paixao, para lá das trocas brutais das ilusoes e das miragens dos desenganos: para lá do amor. Pois tinham vivido juntos o suficiente para perceber que o amor era o amor em qualquer tempo e em qualquer parte, mas tanto mais denso ficava quanto mais perto da morte.

[O amor nos tempos do colera, Gabriel Garcia Marquez]

31.5.10

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se 
muitas vezes com as mesmas coisas boas 
como se fosse a primeira vez.

[Friedrich Nietzsche]

29.5.10

Paixão antiga sempre volta nos momentos de fraqueza, 
amor antigo nos testa quando estamos fortes.

[Fabrício Carpinejar]

27.5.10

Silêncio

Se soubéssemos quantas e quantas vezes
as nossas palavras são mal interpretadas,
haveria muito mais silêncio neste mundo.

[Silencio, Oscar Wilde]

20.5.10

ainda me viro
e me vejo
pronta a te chamar
a te contar
que aprendi hoje
coisas que você soube
ainda te vejo
em cada bicho
em cada pensamento
me surpreendo olhando
com teus olhos de pesquisa
e o que vejo
vira beleza
ainda te sinto
em tudo que permanece
como se tua pressa
de vida que se extingue
ficasse um pouco em tudo
ainda.

[Alice Riuz]

25.4.10

Bilhete da ousada donzela

Jonathan,
há nazistas desconfiados.
Põe aquela sua camisa que eu detesto
- comprada no Bazar Marrocos –
e venha como se fosse pra consertar meu chuveiro.
Aproveita na terça que meu pai vai com minha mãe
visitar tia Quita no Lajeado.
Se mudarem de idéia, mando novo bilhete.
Venha sem guarda-chuva - mesmo se estiver chovendo –
Não agüento mais tio Emílio que sabe e finge não saber
que te namoro escondido e vive te pondo apelidos.
O que você disse outro dia na festa dos pecuaristas
até hoje soa igual música tocando no meu ouvido:
"Não paro de pensar em você."
Eu também, Natinho, nem um minuto.
Na terça, às duas da tarde,
hora em que se o mundo acabar eu nem vejo.

Com aflição,
Antônia

[Bilhete da ousada donzela, Adélia Prado]

24.4.10

Apelo Sexual

Toda mulher cria seu fetiche: um detalhe pessoal e intransferível que ela adora num homem. Uma atitude que vai diferenciá-la de qualquer estratégia varejista.
Talvez você, macho leitor, só desvendará o segredo pela convivência, e olhe lá, talvez nunca descubra. É um trejeito que executa de modo inocente e que perturba violentamente sua cara-metade, realmente a excita mais do que um beijo e um abraço. Aquilo que é imperdoável para a ex será visto como estimulante para a nova companhia. Não há como repetir ou patentear. Pode ser um tique nervoso, uma manha, uma feição contrariada ao longo do aceno. Ou algo que nem gosta e procura esconder.
Não é uma piscadela ou um beiço consciente, elimine o repertório básico de sedução, diz respeito a uma postura ou um gosto discreto, vadio, que não nasceu para pose.
Juro que não tenho como ajudar, não existe padrão. Muda conforme o histórico escolar da moça.
De repente, é um acessório de sua aparência, não duvido que seja o modo como deixa a camiseta para fora da casa ou sua inclinação à porta no instante de suportar um atraso. O complicado é detectar o atrativo durante o relacionamento. Caso localize, gozará de um poder especial de tirá-la do sério quando quiser e de escapar ileso de uma briga.
Enquanto procura, é uma bomba-relógio instalada em seu corpo. Já foi acionada a contagem regressiva. Trate de iniciar a investigação. Onde está seu apelo sexual? Onde?
Convivi com uma colega que se emociona com cadarço desamarrado e longo. Bem longo. Alucinada pelo tipo que não amarra e pula corda com seus próprios calçados. Arrepia-se diante do fio arrastado; as serpentes no chão; a língua bifurcada antecipando o bico. Não procure compreender, fantasia não se explica, cresce no mistério. Quem usa velcro está imediatamente descartado. Ela escolhe seus parceiros pelos pés. Lamento que perdeu a época do kichute, organizaria um leilão de pretendentes.
Outra amiga baba por motorista que emprega uma única mão para estacionar de ré, girando os dedos como uma enceradeira. Sem direção hidráulica, então, o cara ganha amor eterno. Ela se enxerga dominada pelo movimento. Arrebatada. Confessa que suas pernas tremem, os cabelos deslizam para os seios. Mas não dá mole, entabula regras rígidas de autoescola, cobra baliza no primeiro encontro: não admite que empregue a mão esquerda como apoio. Uma mão! Sonha com o que ele será capaz de aprontar apenas com uma mão.
Uma terceira repara no pulso. Homem graúdo, legítimo, tem que ostentar relógio grande, o pré-histórico cebolão. Considera grave afronta a variação digital, destinada aos analfabetos amorosos. Desdenha também das pulseiras de plástico, endereçadas para as barbies. Caça o ponteiro muito mais do que uma aliança. O relógio é a cabeceira frondosa da cama. Em sua fantasia pontual, o pertence de ferro sugere superdotados incansáveis que perderiam a hora.
Já a minha namorada nutre uma paixão pelos meus ombros. Acho que careceu de exigência ou foi mesmo falta de opção. Eu me envergonho deles, pelos ossos saltados. Não exibo forma de escravo romano, não curto musculação, sou magro, quase um cavalete de quadro. Mas Cínthya passa os dedos com volúpia na pia batismal do pescoço, muda a respiração, engole o sopro de volta num suspiro invertido.
Sua admiração produziu até neologismo. Inventou de chamar meus ombros de pollockianos, uma homenagem a arte de Jackson Pollock.
O que me intriga é que o americano somente fez pintura abstrata.

[Apelo sexual, Fabrício Carpinejar]

15.4.10

Perdeste o senso! E eu vos direi; no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem quando estão contigo?
E eu vos direi: Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas.

[Olavo Bilac]

24.3.10

(...)
- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu.
(...)

[Caio Fernando Abreu]

21.3.10

As mulheres são todas diferentes.
Quando se perde um homem, 
há outro igual ao virar da esquina.
Quando se perde uma mulher, é uma vida.

[Xico Sá]

8.3.10

Feliz dia internacional da mulher!

As mulheres que haviam sido consideradas líderes inferiores porque eram "muito emocionais", tonam-se agora líderes excelentes exatamente por demonstrarem qualidades emocionais "especiais".

[Harward Business Review]

24.2.10

Felicidade se acha é em horinhas de descuido.

[Guimarães Rosa]

20.2.10

Noite dos mascarados

- Quem é você?
- Adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram
os seus namorados perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- ...que eu quero saber o seu jogo
- ...que eu quero morrer no seu bloco...
- ...que eu quero me arder no seu fogo
- Eu sou seresteiro, poeta e cantor
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor
- Eu tenho um pandeiro
- Só quero um violão
- Eu nado em dinheiro
- Não tenho um tostão...
- Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
- Eu sou tão menina
- Meu tempo passou
- Eu sou colombina
- Eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr,
deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser

[Noite dos mascarados, Chico Buarque]

15.2.10

Máscara Negra


Tanto riso, oh
Quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje á carnaval

[Máscara Negra, Zé Kéti e Pereira Matos]

13.2.10

Pierrô apaixonado

Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando

A colombina entrou num butiquim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim

Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim

[Pierrô apaixonado, Noel Rosa e Heitor dos Prazeres]

10.2.10

Lar doce lar

Minha pátria é minha infância:
por isso vivo no exílio

[Casaco]

24.1.10

No instante em que um homem se convence 
que é interessante, ele deixa de sê-lo.

[Stephen Leacock]

23.1.10

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.

Já gastamos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus


[Eugénio de Andrade]

22.1.10

O que desejei às vezes

O que desejei às vezes
Diante do teu olhar,
Diante da tua boca!

Quase que choro de pena
Medindo aquela ansiedade
Pela de hoje - que é tão pouca!

Tão pouca que nem existe!

De tudo quanto nós fomos,
Apenas sei que sou triste.

[O que desejei às vezes, António Botto]

21.1.10

Minha alma é uma orquestra oculta: não sei que instrumentos tangem e rangem, cordas e harpas, tímbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia.

[Fernando Pessoa]

20.1.10

Madrigal muito fácil

Quando de longe te vi,
Quando de longe te via,
Gostei logo bem de ti.
Como é bonita! eu dizia.

Mas por enganar aquilo
Que dentro de mim senti,
Que dentro de mim sentia,
Pensei de mim para mim
Que a distância é que fazia
Me pareceres assim.

Não era a distância não!
Pois chegou aquele dia
Em que te apertei a mão
Sem saber o que dizia.
E vi que eras mais bonita
Do que para o meu sossego
A distância te fazia.

Quanto mais de perto, mais
Bonita, era o que eu dizia!
E desde então imagino
Que mais linda te acharia,
Mais fresca, mais desejável
Mais tudo enfim, se algum dia
- Dia ou noite que marcasses –
Se algum dia me deixasses
Te ver de mais perto ainda!

[Madrigal muito fácil, Manuel Bandeira]

19.1.10

O enterrado vivo

É sempre no passado aquele orgasmo,

é sempre no presente aquele duplo,

é sempre no futuro aquele pânico.


É sempre no meu peito aquela garra.

É sempre no meu tédio aquele aceno.

É sempre no meu sono aquela guerra.


É sempre no meu trato o amplo distrato.

Sempre na minha firma a antiga fúria.

Sempre no mesmo engano outro retrato.


É sempre nos meus pulos o limite.

É sempre nos meus lábios a estampilha.

É sempre no meu não aquele trauma.


Sempre no meu amor a noite rompe.

Sempre dentro de mim meu inimigo.

E sempre no meu sempre a mesma ausência.


[O enterrado vivo, Drummond]

1.1.10

Feliz Ano Novo!

Todos temos motivos para festejar o Ano-Novo.
Sobrevivemos ao velho.

[Lothar Schmidt]