O Velho e o Moço, essa sensível composição de Rodrigo Amarante, é mais um dos típicos diálogos característicos das canções dos Hermanos. A primeira fala é o velho e depois o moço.
O que chama a atenção é a simetria do diálogo, as falas do moço complementam as do velho ao mesmo tempo que parece ser a mesma pessoa, antes e depois, e não as duas primeiras. Criação maravilhosa. Espero que voltem, e logo.
Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto.
Sei do incômodo e ela têm razão
Quando vem dizer que eu preciso sim
De todo o cuidado.
E se eu fosse o primeiro
A voltar pra mudar o que eu fiz.
Quem então agora eu seria?
Ahh tanto faz! E o que não foi não é,
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas, eu quem será?
Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.
Sei do escândalo e eles têm razão.
Quando vem dizer que eu não sei medir,
nem tempo e nem medo.
E se eu for o primeiro
a prever e poder desistir do que for dar errado?
Ahhh, ora, se nao sou eu quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão.
Ahhh, se o que eu sou é tambem
o que eu escolhi ser aceito a condição.
Vou levando assim.
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir...
[O velho e o moço, Rodrigo Amarante - Los Hermanos]
3 comentários:
\o/
=**
Lindo!!!!!
Los hermanos é tudo de bom! =D
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