6.11.08

Silêncios

Os silêncios lembram-me, nada
os silêncios, nada me lembram
os silêncios, andam por ai
com passos certeiros de nada
o silêncio apaixona-me
apaixonam-me os silêncios
cruzar-me com nada
com a precisão de tudo ter.
Com a vontade de te ter em silêncio.
Ouvindo o teu arfar, na pele de nada,
sentindo o teu arrepio, nas mãos do silêncio
quebra, quebrado, quebradiço
arre, que é postiço, esse teu silêncio
que acaba de despertar um grito de odores
que se libertam em prazeres
que rodopiam, em gemidos
saem caricias de silêncios
saem fluidos de âmbar
não há grito, nem gemido
há um esgar, para matar
e o silêncio fica, todo embaraçado
no meio de nada, em ternuras violentas eu sei,
eu sei.... acontece

[Silêncios, Carlos Barros]

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu gosto do Silêncio!